Quem sou eu

Nada mais sou do que uma jornalista pernambucana, em busca de experiências e boas histórias para contar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Segredos do NE. O Queijo Coalho é um deles





Estrada de barro, paisagens bucólicas, personagens e cenas de um cotidiano que parecem parados no tempo.

As entranhas do interior nordestino guardam segredos e tradições que encantam e despertam desejo nos habitantes das grandes cidades. Fomos até o distrito de mutuca, zona rural da cidade de pesqueira, porta de saída do agreste pernambucano, atrás de um desses segredos: o queijo coalho. A iguaria, hoje feita em pequenos laticínios, diz a história nasceu em Pernambuco.

Leite cru, coalho e sal. esses são os únicos ingredientes do queijo que nasceu dentro das mochilas de couro, ou simplesmente matulão para bom nordestino, dos antigos sertanejos viajantes. O segredo da iguaria está na coagulação ou talha do leite. Originalmente o processo era feito com enzimas retiradas das vísceras de um animal abatido, hoje os laticínios trabalham com o coalho industrializado.

O processo, as curiosidades e detalhes da produção do queijo de coalho vocês conferem no programa nordeste mais do dia 25/04... Sem esquecer que ele é exibido nas dez afiliadas do SBT no nordeste. Deixo-os com algumas das imagens.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Que chitas bacanas!



Aos pés da Igreja do Carmo, em Olinda, o colorido, a graça e a competência musical das Conxitas agregam ainda mais beleza ao cenário sagrado. O grupo percussivo completou neste carnaval 4 anos e nasceu de um único desejo: o de se divertir. Meninas-mulheres que queriam fazer algo diferente no reinado de momo, mas com duas condições: juntas e vestidas de chita (tecido pouco nobre, mas muito alegre).

No primeiro ano, as Conxitas desfilaram com apenas 50 integrantes, no ano passado incorporaram mais 100 mulheres com o mesmo espírito e este ano desfilaram uma novidade. Voz. E a responsabilidade de agregar todas as vozes do grupo é da vocalista Carla Verônica. Uma Conxita veterana com um novo desafio.

Tudo bem que o grupo é essencialmente feminino, mas os maridos, namorados, irmãos e amigos das Conxitas, não ficam de fora da folia. Além de beber e se divertir, o chefe dos Conxitos afirma: eles também pegam no pesado na hora dos ensaios e dos desfiles.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Engenhos e maracatus pernambucanos






No caminho da cana de açúcar, principal atividade econômica da época colonial, a monocultura forma a paisagem da zona da mata pernambucana. Terra dos maracatus e engenhos.

Lugar ideal para um encontro com as origens culturais de Pernambuco. A região possui mais de uma centena de engenhos. No município de Vicência vale uma parada para conhecer o Água Doce, especialista na produção de cachaça artesanal. Na propriedade do século 18 a cana de açúcar é moída e o caldo enviado para um tanque de diluição. Quando o nível de açúcar chega no ponto ideal é hora de fermentar. Na dorna as leveduras comem o açúcar e deixam apenas o álcool. Após 24 horas o produto segue para o alambique de cobre. Vale lembrar que o fogo é mantido pelo bagaço triturado. Na primeira destilação já é possível provar o sabor marcante da bebida.

Mas para a cachaça ficar no ponto ideal ela precisa descansar por seis a oito meses em pipas de frejo ou envelhecer por três anos nos barris de carvalho guardados dentro das paredes seculares.

Em Nazaré da mata alguns engenhos viraram pousadas rurais. O Cueirinha é um deles. Com direito a casa e casinha grande e retorno a forma como viviam os senhores de engenho. Alguns quartos se transformaram em senzalas modernas. Um convite a reflexão e ao sossego.

O curral transformou-se em restaurante. A culinária é um atrativo a parte. O açúcar é o rei da cozinha e a partir dele os doces se multiplicam. Delícias regionais passadas de geração para geração.

Nazaré da Mata é conhecida como a terra do maracatu. O município abriga o mais antigo do país, o Cambinda Brasileiro com 91 anos. Fundado em 1898 ele tem 180 integrantes, a maioria trabalha no corte da cana. As cores, o brilho e a riqueza da indumentária dos lanceiros chamaram a atenção da jornalista carioca especialista em moda Cristina Franco.